sexta-feira, 5 de outubro de 2012

"HONRA TEU PAI E TUA MÃE, PARA QUE SE PROLONGEM OS SEUS DIAS NA TERRA, QUE O SENHOR TEU DEUS, TE DÁ" (Ex 20.12)


Em julho de 2012, o Senhor Jesus me fez atentar para essa situação. O meu coração se entristeceu muito ao perceber que, já há alguns anos, eu estava honrando minha mãe, mas não estava honrando meu pai.
Eles se separaram quando eu tinha apenas dois anos de idade e, apesar de a minha mãe nunca falar mal do meu pai, algumas situações fizeram com que eu me distanciasse dele ao longo do tempo.
Num dia dos pais, eu fiquei o esperando com o presente nas mãos, mas ele não apareceu para pegá-lo. Noutra vez, ele marcou de viajar comigo e, por algum motivo banal, me deixou esperando por horas e não apareceu. Sem contar as inúmeras vezes que ele se esqueceu do meu aniversário.
Com esses pequenos acontecimentos, fui crescendo e perdoando meu pai, entendendo que ele tinha a vida dele e não podia parar a sua rotina para ficar me paparicando. Simplesmente aceitei os fatos e passei a viver bem com esta situação. O meu amor por ele, porém, parecia não ter raízes. Em todos os encontros com ele, eu me sentia superficial, sem querer aprofundar os laços. Essa resistência era minha, não dele. Até que eu comecei a perceber que ele vinha se esforçando para ser mais atencioso comigo, querendo cuidar um pouco mais de mim. Ele parou de esquecer o meu aniversário, começou a aparecer em todas as festinhas, a me buscar no aeroporto quando eu viajava e até a andar comigo pelo centro da cidade para procurar alguma coisa inútil que eu quisesse.
Enfim, o meu pai havia mudado e estava deixando transparecer cada vez mais o seu amor por mim. Eu, entretanto, na minha racionalidade, não estava fazendo o mesmo por ele, ou seja, não estava mostrando o meu amor e cuidado por ele. No aniversário dele deste ano, por exemplo, eu não me preocupei nem em ligar para dar os parabéns. Graças a Deus que minha mãe ligou e colocou o celular no meu ouvido, quase 00:00h do dia 05/04 (meu pai faz aniversário no dia 04/04) para eu falar com ele. Sem contar as vezes em que declarei que, no dia do meu casamento, eu entraria sozinha na igreja, pois meu pai não havia me criado e não merecia a honra em me levar ao altar.
Até que, em certa ocasião, eu percebi que estava honrando apenas minha mãe e esquecendo meu pai. Foi em julho de 2012. Eu estava chegando do curso e um varão usado por Deus estava cheio do Espírito Santo, falando coisas da parte do Senhor para alguns irmãos da minha igreja. Dentre as várias palavras que ouvi dele, um ponto especial me chamou atenção. Ele me disse: “Você está preocupada com a morte de alguém, mas o senhor manda dizer que irá te consolar”.
De fato, fiquei muito preocupada, pois há alguns dias eu havia almoçado com o meu pai e senti algo estranho. Suas atitudes estavam diferentes, parecia que ele queria deixar uma boa impressão. Senti como se ele estivesse se despedindo de mim. Fiquei angustiada com isso. No momento que aquele irmão falou, percebi perfeitamente o que Deus queria me dizer. Orei uns dois dias e preferi tirar isso da cabeça para não sofrer, mas o Senhor, com a sua infinita misericórdia, usou o Pr Leônidas no culto de 15/07/12 (domingo). Ele falou que havia visto uma senhora do meu lado me consolando da morte de alguém e, na mesma hora, eu citei para a igreja o que havia acontecido nos últimos dias. Todos clamaram pela vida do meu pai.
Ainda no domingo, cheguei à casa e fui contar para minha mãe o ocorrido. Ela disse: “Sonhei que estava avisando à Joyce (minha prima) da morte do pai dela”. No sonho, o amigo do pai dela me contava que ele havia morrido e que era pra eu pegar uma blusa dele criança e outras três dele adulto. Para minha surpresa, entre as blusas, tinha a blusa do botafogo (time do meu pai). O pai da Joyce é flamenguista.
Mais uma vez, senti o senhor me avisando antecipadamente da morte do meu pai. No domingo, eu fui dormir chorando e clamando a Deus pela sua misericórdia, pois meu pai não se converteu ao evangelho e eu preciso de tempo para honrá-lo e cuidar dele.
No livro de Ester, é relatada a ameaça contra o povo de Jerusalém. Mordecai, sabendo que ele e o seu povo seriam mortos, se vestiu de roupas de pano grosseiro em sinal de tristeza para clamar pela misericórdia do Rei.
Na segunda-feira, eu acordei com o coração angustiado e me coloquei na posição de Mordecai. Não me vesti de roupas feitas de pano grosseiro, mas meu coração estava muito triste. Clamei pela misericórdia do senhor.  Por todo o dia, mantive meu coração contrito e elevado aos céus. Agora à noite, fui orar e agradecer a Deus pelo meu dia. Pedi que ele falasse comigo o que ele quisesse, e não o que eu gostaria de ouvir. Para a glória de Deus, o Senhor falou comigo pelo livro de Salmos nos capítulos 116 (Deus salva da morte) e cap 117 (Louvor a Deus, o Senhor).
Glorificado seja o nome do senhor, que nos proporciona acertar os nossos erros a tempo. A misericórdia e o amor de Deus são muito grandes. Eu louvo a Deus por todos os seus feitos e por todas as suas maravilhas.
Não sei como tem sido o seu tratamento com seu pai e sua mãe, mas independente do que eles façam e por maior que seja o motivo que tem distanciado você dessas pessoas, é possível voltar atrás e resgatar o tempo perdido, ainda é possível honrar o seu pai e a sua mãe.
Algumas vezes dizemos assim: “Pai e mãe nós não escolhemos, mas os amigos e os cônjuges, nós que escolhemos”. Isso nos leva a pressupor que sabemos escolher muito bem os nossos amigos e o nosso cônjuge. A mensagem que quero deixar hoje é que foi Deus quem escolheu o meu pai e a minha mãe e que eu não poderia ter feito tão boa escolha. Deus tem o melhor para cada um de nós e o primeiro presente que recebemos do senhor nesta vida foi o nosso pai e a nossa mãe. Vamos honrá-los a cada dia mais. O amor de Deus e a sua misericórdia esteja sempre nas nossas vidas.
Ariane
Corrigido e revisado por: Renato Lopes