Texto áureo: “Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez
digo: regozijai-vos” (Fp 4.4).
Leitura para discussão:
Filipenses 4:1-7
Alegria, regozijo e
contentamento são expressões comuns ao longo da Bíblia, mais especificamente
nas cartas de Paulo aos Filipenses. Elas revelam como Paulo era feliz com a
vida que possuía e tinha certeza no que cria, apesar de muitas vezes estar
preso, ser açoitado ou ver sua fé sendo motivo de chacota. Ele não se deixou
abater pelas circunstâncias que o cercavam, pois ainda assim via a providência
de Deus na sua vida e na vida de seus companheiros.
A lição é dividida em três
tópicos, a saber:
I
- Exortação à alegria e firmeza da fé (v. 1 a 3): Paulo
diz que os crentes de Filipos são a “alegria e coroa”, aconselhando-os a
continuarem firmes no Senhor. Ele manifestou seu orgulho e carinho para com os
irmãos de Filipos, mesmo estando longe e encarcerado. Para Paulo, bastava saber
que eles estavam bem e caminhando com o Senhor para que ele estivesse feliz.
No entanto, como em qualquer
igreja, havia desentendimentos. Nos versículos 2 e 3 Paulo roga que um obreiro,
juntamente com Clemente, procurasse reestabelecer o relacionamento entre Evódia
e Síntique, duas mulheres que cooperaram bastante na edificação da igreja de
Filipos e contribuíram para o apostolado de Paulo. Na verdade, esta solicitação
de Paulo revela a necessidade de sempre atentarmos para as necessidades do
próximo, com o devido cuidado e respeito, tal como relatado em 1 Coríntios
12:12-27.
Além disso, o versículo 3
fala a respeito da alegria de ter o nome escrito no livro da vida. A
expectativa de estar com o Senhor na eternidade deve nos trazer felicidade e
gozo.
II
– A alegria divina sustenta a vida cristã (v. 4 e 5): Paulo
afirma que devemos nos regozijar no Senhor. Mas, afinal de contas, o que é
regozijar? É alegrar-se plenamente. Paulo afirma que a alegria cristã é o
Senhor Jesus, que promoveu a nossa reconciliação com Deus. É a presença viva do
Espírito Santo em nós que produz a certeza da alegria.
É por isso que, mesmo em
meio às adversidades sofridas em Filipos, o apóstolo teve grandes experiências
de alegrias espirituais. Quando o apóstolo foi confrontado interiormente e
pediu a Deus para que fosse tirado o “espinho de sua carne”, o Senhor lhe
respondeu: “A minha graça te basta,
porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Co 12.9a). Após esse
episódio, Paulo então pode afirmar: “De
boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habita o
poder de Cristo” (2 Co 12.9b).
Cabe esclarecer que uma das
virtudes da alegria é produzir moderação. No versículo 5 é utilizado o termo
“equidade”, traduzido como moderação, por se tratar de sinônimos. A moderação
diz respeito à amabilidade, benignidade e brandura. Levando em conta o contexto
de Filipenses, os termos referem-se à pessoa que nunca usa de retaliação quando
é provada ou ameaçada por causa de sua fé. Em outros termos, “O homem que tem moderação é aquele que sabe
quando não deve aplicar a letra escrita da lei, quando deve deixar a justiça e
introduzir a misericórdia” (William Barcklay).
III
– A singularidade da paz de Deus (v. 6 e 7): a alegria de Deus
desfaz a ansiedade, uma vez que este sentimento contraria a confiança que
afirmamos ter em Deus. No versículo 7 é citada a “paz de Deus, que excede todo
o entendimento”; fica claro que paz e alegria estão intimamente ligadas, ou
seja, não há alegria sem paz interior. E a paz que tanto esperamos vem do
próprio Jesus: “Deixo-vos a paz, a minha
paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá” (Jo 14.27).
Em síntese, a paz de Deus
transcende qualquer compreensão humana, pois não há como discuti-la filosófica
ou psicologicamente. Há casos em que somente a paz de Deus acalma os corações
perturbados. É a paz divina que excede todo o entendimento, pois não depende
das circunstâncias.
Conclusão: A
carta aos Filipenses destaca a alegria do Senhor como virtude de sustentação da
vida cristã. Não se trata de uma alegria passageira ou meramente emocional. Na
verdade, a alegria do Senhor alimenta nossa alma, produzindo paz e segurança,
pois independe de nossos sentimentos e frustrações.